quinta-feira, 15 de maio de 2008

Ontem mesmo a gente compunha aquela música, lembra? Na garagem de chão vermelho daquela casa de conjunto, onde se foi tão feliz. Ela ia fazer muito sucesso (para que mais que duas frases, né? Toma. Me dá) e a gente ia ficar milionário. A gente também ia fundar um banco e construir um avião. De ontem para hoje ganhamos alguns centímetros (eu poucos, você muitos) e (ainda) não somos endinheirados. De ontem para hoje apareceu muita água nos separando. Por pouco, né? Logo você estará aqui, logo eu estarei aí. Logo, logo. Quisera eu poder adiantar o relógio e te ter do meu lado, pra te ouvir reclamar do meu excesso de carinho. Coisa de irmã, mais velha. Coisa de sangue, DNA. Código genético esse nosso que faz lágrima rolar pelo rosto à toa à toa. Ainda bem que ele mesmo permite que a gente nem se importe. Deixa que a gente chore no portão de casa (aquela casa onde a gente já não vive, mas será sempre a nossa casa) se despedindo mais uma vez. Permite que a gente brigue e faça as pazes imediatamente. Libera todo e qualquer tipo de piada, confidência. Faz sentir saudade, sempre e muita. Mas faz também ter a certeza de que será assim pra sempre. E nada me faz tão feliz, Alexandre.

p.s.: Quero a foto da gente, ainda pequenininhos, escaneada, tá?

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